Em uma semana de datas comemorativas do agronegócio como o Dia Do Suinocultor (24.07,) Dia do Produtor Rural (25.07) e Dia do Agricultor (28.07), o setor que é considerado a base da economia do país passa mais uma vez por momentos desafiadores e nem todos que fazem parte deste segmento têm o que comemorar.
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É o caso dos suinocultores mato-grossenses, que há vários meses enfrentam a pior crise da história na atividade, mas que agora começam a vislumbrar horizontes melhores, a partir de ferramentas implantadas pela Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), como a Bolsa de Suínos e a Central de Negócios.
As iniciativas visam minimizar os prejuízos que assolaram os suinocultores do Estado no 1° semestre, principalmente para os independentes.
De acordo com levantamento da Acrismat, nos meses de fevereiro, março e abril os prejuízos por animal vendido ficaram entre R$ 200 e R$ 300, o que causou o fechamento de granjas e o fim da atividade de produtores que estavam há décadas no setor por não suportar os prejuízos.
Diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, explica que o segmento aumentou sua produção em todo o país por conta da crise enfrentada na China, que devido à Peste Suína Africana (PSA) diminuiu drasticamente seu plantel e começou a importar grande quantidade da proteína, aumentando a demanda da carne suína no mercado internacional.
“Além de a nossa produtividade ter aumentado muito houve o aumento no número de matrizes, que chegou a quase 34% no período, o que levou a um excesso de carne no mercado, e consequentemente diminuiu o valor pago ao produtor.
Mas, a promessa de que a China continuasse a comprar grande quantidade por muito tempo não se concretizou, e o país asiático logo equilibrou sua produção, o que fez com que o produtor independente daqui, principalmente, sofresse com essa situação”, pontua Rodrigues.
Para tentar melhorar o cenário, em maio a Acrismat iniciou a Bolsa de Suínos, ferramenta que melhorou o ambiente de negociação entre os suinocultores e compradores, e diminuiu a especulação do preço da carne suína no mercado.
“Há dois meses começamos a realizar as negociações, que ocorrem uma vez por semana.
De lá para cá observamos uma melhora no preço pago ao produtor”, afirma o diretor executivo.Além do baixo preço pago ao produtor, o alto custo de produção causado pelo elevado preço do milho e do farelo de soja (que juntos correspondem a mais de 80% do volume da ração fornecida aos animais) completaram o cenário desfavorável à atividade.
Para dar mais poder de negociação e melhorar a relação do custo de produção, a Acrismat prepara o lançamento de uma Central de Negócios que possibilitará aos produtores realizarem compras coletivas e até mesmo negociar sua produção.
“A Central de Negócios surge para diminuir os custos dos insumos, por exemplo, e possibilitar a realização de compras coletivas, dando maior poder de negociação aos associados na hora de fechar negócio com os fornecedores.
A Central vai unir os produtores, trazer benefícios através das ações coletivas e soluções conjuntas para melhorar ainda mais o desempenho das granjas”, explicou o presidente da Acrismat, Itamar Canossa.
O presidente conta que a Central de Negócios está na fase final de implantação e em breve será realizado um evento para apresentar a ferramenta aos suinocultores. Mais uma iniciativa que visa melhorar o ambiente comercial do segmento, e recuperar as perdas registradas nos últimos meses.