A falta de chuva em Cuiabá e grande parte de Mato Grosso levou a uma reunião emergencial entre o Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Várzea Grande, a Águas Cuiabá e Furnas, responsável pela Usina Hidroelétrica (UHE) do Manso, localizada em Chapada dos Guimarães. Em pauta estava a possibilidade da abertura das comportas do local, devido ao baixo nível dos rios para captação de água. Um estudo deverá ser realizado, mas a decisão caberá à Agência Nacional de Águas. Atualmente, 83% da vazão está sendo provida pelo volume armazenado no lago.
A reunião entre as partes aconteceu na última segunda-feira (16), segundo a Águas Cuiabá. O objetivo foi analisar possibilidades operacionais em caso de prolongamento da estiagem e medidas para evitar um racionamento em Cuiabá e Várzea Grande. Entre os pedidos está a abertura das comportas da Usina do Manso, para aumentar o nível dos rios.
Porém, Furnas explicou ao Olhar Direto que cabe à Agência Nacional de Águas (ANA) definir e fiscalizar as condições de operação de reservatórios, visando a garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos.
“No caso de reservatórios de aproveitamentos hidrelétricos, a definição será efetuada em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico – NOS”, diz trecho de nota da Furnas. Antes, porém, é necessário estudo de impacto ambiental e de geração de energia.
A situação que poderá ser enfrentada por Cuiabá e Várzea Grande se assemelha ao que vivenciou São Paulo com o Sistema Cantareira, onde as bombas não conseguiam puxar água devido ao baixo nível de água.
A Usina de Manso tem liberado uma vazão constante de cerca de 120 m3/s desde maio de 2018. Furnas esclarece que a afluência ao reservatório de Manso (vazão de entrada de água no reservatório) se encontra em torno de 20 m3/s. Isso quer dizer que, cerca de 100m3/s (83%) estão sendo providos pelo volume armazenado.