O feriado de 15 de novembro, data comemorativa da Proclamação da República, ficou marcado por grandes manifestações contra o resultado das eleições presidenciais nos dois turnos, em 02 e 30 de outubro e, também, contra a censura e pela liberdade de expressão.
Além de Brasília e capitais estaduais, manifestações ocorreram em milhares de municípios do interior do Brasil.
Em Tangará da Serra, um grande público realizou a “Caminhada pelo nosso Brasil”, reforçando os protestos. O trajeto percorrido iniciou nos altos da Avenida Brasil, proximidades da rotatória de confluência com Avenida Mauá, e seguiu até a Praça da Bíblia. Também houve carreata e buzinaço.
Os manifestantes deixam claro que a revolta não é exatamente pela derrota do atual presidente Jair Bolsonaro, e sim contra a eleição de Lula, do PT, apontado como líder de grandes esquemas de corrupção enquanto esteve na presidência da República, entre 2003 e 2010. O petista ainda figura como acusado em processos por corrupção que ainda serão julgados.
Há, ainda, o temor pela instalação, por Lula e seus correligionários, de um regime totalitário comunista no País, o que significa riscos à propriedade e dominação da população com o poder concentrado em um pequeno círculo governante e dominador.
Segundo circula nas redes sociais, manifestantes declaram taxativamente: “Luís Inácio Lula da Silva não foi eleito no Brasil, tivemos as urnas fraudadas, mas estamos sendo impedidos de contestar. Ele está envolvido nos maiores esquemas de corrupção da história do país”.
Brasília
Em Brasília (DF), vestidos de verde e amarelo, os manifestantes se concentraram no Setor Militar Urbano, área onde fica a maior parte dos quartéis do Exército, além do Comando Geral. Uma grande multidão se encontra no local desde o dia 30 de outubro, em protesto contra os resultados dos dois turnos das eleições. Os manifestantes não confiam no sistema eletrônico e falam em fraude e manipulação dos números.
O fato de o TSE ter restringido o acesso dos técnicos fiscalizadores das Forças Armadas aos códigos-fonte das urnas e do sistema de totalização reforçam as suspeitas de manipulação do pleito.
Muitos moradores de Tangará da Serra e até mesmo representantes da nação indígena Paresi estão na capital federal desde a semana passada. “Vamos ficar aqui até acabar. (…) Não desistam, o Brasil é nosso”, disse um dos manifestantes, que reafirmou a disposição em permanecer até o dia posse, 1° de janeiro de 2023. “Vamos ficar até resolver o problema, não deixar o Lula subir a rampa”, disse, conforme matéria publicada pelo jornal Diário da Serra.
No mesmo veículo consta que muitas das informações da capital Federal foram repassadas por pessoas que saíram do espaço de manifestação pois, segundo eles, o sinal de internet foi bloqueado. “Cortaram todos os sinais de internet da área Federal onde estamos acampados (…) mas quem precisa nos ver está vendo”, informou uma manifestante, ao pedir aos brasileiros que sigam se manifestando.
Outras capitais
Em Cuiabá, durante todo o dia, um numeroso grupo que fica em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, na Avenida do CPA.
Na maior cidade do País, São Paulo, atos foram realizados na zona sul, imediações do Parque Ibirapuera. No Rio de Janeiro, a Avenida Presidente Vargas, no Centro, foi totalmente interditada.
Em Recife, onde também foram registradas manifestações, em frente ao Comando Militar do Nordeste (CMNE), deixando o trânsito parcialmente lento na BR-232.
Em Porto Alegre, manifestações ocorreram em frente ao Comando Militar do Sul, no Centro Histórico de Porto Alegre. Houve também movimentos em Florianópolis, Curitiba, Manaus, Belém, Goiânia, Campo Grande, entre outras.