O governador Mauro Mendes (DEM) avaliou como "pequena" a participação da União nas ações de combate às queimadas em Mato Grosso. Nesta segunda-feira (16), o chefe do Executivo cobrou celeridade do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), principalmente em relação às terras indígenas.
“O governo federal baixou um decreto dizendo que as queimadas estavam proibidas em todo Brasil, mas nas terras indígenas estavam liberadas. Isso acabou virando um grande problema para Mato Grosso, porque eles colocam fogo dentro das terras indígenas e nós não podemos entrar lá dentro para apagar. Esse fogo sai dessa terra por diversos pontos, dificultando, e muito, o nosso controle”, disse Mendes em entrevista ao jornal Bom dia Mato Grosso.
Segundo o governador, praticamente 20% de todos os incêndios em Mato Grosso começaram dentro de terras indígenas
“Eu espero que o Governo Federal também nos ajude colocando as Forças de Segurança Nacional, o próprio Exército, atuando dentro dessas reservas para mitigar os riscos e a amplitude desse problema”, completou.
Na última semana, o governador assinou um decreto de emergência por conta das queimadas no Estado. A medida, com duração de 60 dias, permite ações emergenciais, como a compra de bens e materiais sem licitação, e autoriza a busca de auxílio do governo federal para enfrentar os problemas.
Em justificativa, o Estado cita o registro de 8.030 focos de calor em agosto de 2019, o que representa um aumento acima de 230% em relação ao mesmo período de 2018, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Além disso, dados do Informativo de Incêndios Florestais, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SESP), colocam o ano de 2019 como líder em ocorrências de focos de calor, pois, de janeiro a agosto, o estado registrou mais de 12 mil ocorrências – valor que supera a média da última década (9.102 casos).
O decreto aponta também para o longo período de estiagem pelo qual passa o Estado associada à baixa umidade relativa do ar, que varia entre 7% e 20%. Estes dados apontam para uma situação crítica de calamidade pública, que aumentam os riscos de incêndios florestais e agravam a saúde da população, sobretudo jovens e idosos.
Ações de combate
O governo tem feito um trabalho intenso para prevenir, fiscalizar e combater o desmatamento ilegal e os incêndios criminosos no Estado. Desde maio, as equipes de diversos órgãos (como a Sema e Sesp, por meio do Corpo de Bombeiros) tem atuado com ações preventivas, palestras orientativas e planejamento das ações em todas as regiões de Mato Grosso.Para combater os incêndios, estão sendo usados 87 veículos, dois aviões, um helicóptero e 1.327 combatentes, se revezando entre 350 e 400 homens por dia. Também estão sendo deflagradas operações integradas de combate ao fogo e ao desmatamento ilegal.