Mato Grosso é um estado privilegiado em belezas naturais e sol durante todo o ano. O que é perfeito para quem quer se refrescar em rios, cachoeiras ou na piscina do quintal de casa, mesmo. No entanto, esse mesmo sol é responsável pelo envelhecimento e do câncer de pele, ainda mais no verão, quando os índices de raios ultravioletas estão mais intensos.
Por este motivo, a incidência de câncer de pele é maior no estado do que em outras regiões do país. Apesar da baixa notificação, o que compromete as estatísticas, os profissionais asseguram que o número de pessoas diagnosticadas com a doença no estado é alto. A Campanha Dezembro Laranja desde ano, que visa alertar sobre a doença, destaca a importância dos cuidados com o sol desde a infância.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia pontua que os hábitos de exposição solar das crianças são capazes de influenciar no envelhecimento e no desenvolvimento do câncer de pele. Doença tem fator acumulativo e, geralmente, têm incidência maior entre os 60 e 70 anos.
Desta forma, é importante cultivar hábitos de fotoproteção como o uso de óculos de sol, blusas com proteção UV, bonés, chapéus, filtro solar com proteção superior a 30 e evitar a exposição solar entre 9h e 15h. O cirurgião oncológico Rafael Sodré Vasconcellos explicou que com a exposição solar as células podem sofrer mutações até que fiquem cancerígenas.
“Quando você é exposto desde criança até a fase adulta, isso é um fator de risco. Os tumores costumam aparecer na fase idosa e se esses tumores de pele não forem tratados no início podem virar casos bem graves, até com cirurgias mutiladoras. Existem pacientes que perdem o nariz, que perdem a orelha”, afirmou o profissional.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que o câncer de pele corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país. Por ano, são 185,4 mil novos casos registrados. Existem dois tipos de carcinomas: os melanomas e os não melanomas.
“O não melanoma pode ser dividido em basocelular e espinocelular. Baso representa cerca de 79% dos tumores de pele, enquanto o espino tem 20%. O melanoma é o mais raro e corresponde a apenas 10% da doença. A diferença é a origem do tumor. O melanoma vem de uma célula que dá o pigmento à pele, já o não melanoma vem da camada mais superficial da pele”, explicou.
Apesar de menos recorrentes, os cânceres melanomas têm capacidade maior de disseminação e, por isso, são mais agressivos. Riscos incluem a metástase e o comprometimento de órgãos como pulmão, cérebro e fígado. Nos casos menos graves, a doença pode ser resolvida com cirurgia.
Diagnóstico precoce é fundamental para evitar que a doença se espalhe. É preciso ficar atento às feridas que coçam, descamam, mudam de cor e não cicatrizam com facilidade. Consulta com dermatologista, clínico geral ou médico oncologista é recomendada para melhor avaliação.
“Uma coisa importante é que existem áreas do corpo que a gente não enxerga, como por exemplo as costas. Então é preciso pedir para outra pessoa olhar e ficar atento a esse tipo de lesão. A gente pega bastante paciente que não conseguiu perceber a ferida, só viu quando já estava sangrando na camisa, por exemplo, então é perceber também as áreas em que não é possível enxergar direito”, finalizou.