Os bloqueios realizados pelo movimento denominado “Resistência Civil” começam a refletir nos estoques de mercadorias e de combustíveis. O fluxo de cargas está prejudicado desde a origem, na indústria, até na entrega para o varejo.
Segundo apurado pelo Enfoque Business, em Tangará da Serra, alguns postos de combustíveis já registram falta de óleo diesel. Outros ainda mantém estoques, mas não garantem abastecimento até o final de semana, caso persistam os bloqueios. Há, também preocupação com os estoques de gasolina e etanol. “Ainda temos 600 litros de gasolina… depois que acabar, não tem como buscar”, disse o representante de um estabelecimento localizado na área central da cidade.
Por outro lado, os postos que possuem caminhões próprios para o transporte de combustíveis buscam por rotas alternativas para driblar os bloqueios e, assim, garantir os estoques. Contudo, a preocupação com o aumento dos custos do transporte também é uma realidade.
Um representante do setor de transportes em Tangará da Serra alertou para a já inexistência de estoques de óleo diesel para veículos de carga. “Está terminando. Já não tem mais para caminhões e pode faltar para ambulâncias, que estavam sendo priorizadas”, disse.
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Em Campo Novo do Parecis também há preocupação com a iminente falta de combustíveis. “Está acabando o combustível na cidade”, disse um morador, em contato com a redação.
Alguns mercados já sentem a falta de algumas mercadorias, especialmente bebidas. Em razão das dificuldades no transporte, as distribuidoras têm priorizado os grandes mercados, em detrimento dos estabelecimentos de menor, como minimercados em bairros e conveniências. Pedidos de cerveja, por exemplo, estão sendo atendidos de forma precária. “Se continuar assim, vamos ter falta de mercadoria para o final do ano”, previu um comerciante do bairro Cidade Alta, em Tangará da Serra.Os bloqueios nas rodovias do País estão afetando diretamente o escoamento de cargas pelos portos. No Paraná, um protesto na BR-277 causa lentidão no escoamento de cargas na entrada do Porto de Paranaguá. Ontem (segunda, 21), um bloqueio no quilômetro 6, no sentido litoral, provocou grande fila de caminhões desde a madrugada.
A pista, porém, foi liberada à tarde com ação da Polícia Rodoviária Federal, mas a lentidão continua, já que o congestionamento de caminhões, mais cedo, era muito intenso, chegando a 13 quilômetros.
No Rio Grande do Sul, a entrada do Porto de Rio Grande está liberada, porém, as manifestações estão se intensificando no estado gaúcho, com algumas informações de coordenadores do movimento falando sobre a possibilidade de uma paralisação total do transporte a partir do dia 26 de novembro.
No porto de Santos, segundo a Autoridade do Porto local (o principal do País) as operações seguem em normalidade e não há, por enquanto, registro de bloqueios ou pontos de paralisação na região dos terminais.