Com a chegada do período de estiagem, uma preocupação volta a pairar sobre Tangará da Serra que ficou conhecida em cenário estadual pela falta de água já por vários anos.
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O problema tornou-se recorrente, e com ele iniciou-se as tratativas para realizar a transposição de água do Rio Sepotuba para a cidade. O projeto foi elaborado, mas infelizmente encontrou alguns entraves, que segundo o Diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae), Héliton de Oliveira, deve iniciar ainda este ano.
“Por se tratar de um projeto muito complexo, é uma obra que a nossa chance de erro tem que ser zero. Não temos chance nenhuma de errar num projeto desses. Uma pelo risco de colocar a população numa situação desconfortável no caso do rompimento de uma adutora dessas, que tem quase 130 metros de altitude, com quase 600 milímetros cheia de água. Isso é pior que uma coluna de gás, e pode ocasionar um grave acidente. Então, nós estamos tomando todos os cuidados possíveis, por isso a nossa equipe técnica está sendo muito criteriosa na análise do projeto. A promessa é que essa semana os projetistas nos entreguem e espero que seja a última revisão”,
destacou o gestor,
ao assegurar que apenas isso retarda a licitação para que a obra seja iniciada.
Em entrevista ao Programa Primeira Hora, da Serra FM, nesta segunda-feira, 29, Heliton salientou que Tangará da Serra possivelmente não sofrerá esse ano com a crise hídrica como vivenciado em anos anteriores.
“Graças a Deus nós tivemos esse ano chuvas que foram recompondo o nosso lençol freático. Também tomamos algumas medidas para melhorar a captação dessa água. Foi feito um trabalho na nascente do Rio Queima Pé, e já surtiu efeito, pois o ano passado nesse mesmo período a nascente do Queima Pé já estava seca, seca que já estava rachando a terra, e hoje ainda está vertendo e muito a água ali. Nossos reservatórios estão todos cheios, passando por cima do ‘ladrão’ (extravasores), então quer dizer que o fluxo do Queima Pé e seus afluentes estão sendo suficientes para abastecer as nossas represas e a nossa capacidade de tratamento está no máximo que temos hoje. Não começou e acredito que esse ano não teremos racionamento”,
pontuou.
Autarquia busca ampliação da ETA
Com água suficiente para aguardar o início do período chuvoso, o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae), Héliton de Oliveira explica que o problema enfrentado hoje é o tratamento lento dessa água por conta de uma Estação de Tratamento antiga, mas que deverá ser melhorada em breve.
“O nosso sistema de tratamento e abastecimento ficou mais de 20 anos sem investimento. A cidade cresceu muito, a população quase que dobrou e o nosso sistema de tratamento continuou o mesmo. Então estamos num limite que não conseguimos suprir a necessidade da população e falta água agora porque a população gasta mais por causa do tempo seco, da poeira. (...) Nós não conseguimos tratar porque o gasto de água é alto demais”,
destacou Heliton,
ao assegurar que medidas para melhorar a estrutura já estão sendo tomadas.
“Nós temos uma emenda aprovada de bancada federal para ampliação da ETA e ela ainda não saiu porque o Samae ainda está sem a outorga e licença para a operação da ETA, perdida quando em 2016 foi executada aquela obra para construção daquela represa grande dentro, sem o licenciamento ambiental devido”,
relembra.
“(…) Agora, para o projeto de ampliação, precisamos da outorga e somente conseguimos, por uma gama de entraves, protocolar o pedido de renovação de outorga do Queima Pé somente há 30 dias. Ele está em análise e nos próximos 15 dias devemos ter uma posição deles”,
explicou Oliveira,
garantindo que outros meios também estão sendo buscados para melhorias na estrutura da Estação de Tratamento.