Produtores de Mato Grosso que antes trabalhavam apenas com pecuária passaram a investir no consórcio com agricultura. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Antônio Galvan, a integração é uma tendência e tem salvado algumas propriedades.
A propriedade do engenheiro agrônomo, Juliano Antonioli, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, a integração entre as atividades começou no final da década de 90. Na época, o pai dele havia investido apenas em pecuária.
Apesar dos resultados positivos, o solo da propriedade estava compactado demais e já não produzia pasto suficiente para pecuária extensiva. Foi quando surgiu a oportunidade de fazer a integração.
" Era uma fazenda que tinha em torno de 1,5 mil cabeças e com problemas em razão da falta de forragem e de água. Eram 600 hectares a mais do que temos hoje e, ainda assim, produzíamos menos", comentou Juliano.
No primeiro plantio da integração, a cultura escolhida foi arroz e seguiu até 2004. A partir de então, a família decidiu investir em soja e mais, mecanizar a produção. Dessa forma, conseguiram melhorar o solo e ter mais resultado na pecuária também.
"Antigamente tinha um rebanho de 1,5 mil cabeças. Hoje a gente está girando em torno de 4,5 mil. A pecuária aqui na fazenda teve muito ganho depois da entrada da agricultura", declarou o agrônomo.
Nos três últimos anos, os proprietários conseguiram produzir 70 sacas de soja. Com boi 'safrinha', em semiconfinamento, alcançou mais de 21 arrobas por hectare. No ano passado, produziram 24 arrobas por hectare e lucratividade igual ou melhor de soja de 70 sacas.
"Então, é um sistema que vem contribuindo muito para o ganho econômico da fazenda", destacou.
Para Antônio Galvan, presidente da Aprosoja, os pecuaristas precisam 'tecnificar' a propriedade, seja fazendo correção de solo com fertilização ou fazendo a integração lavoura/pecuária. Ainda segundo ele, a agricultura é a solução mais viável, apesar de ser necessário adquirir conhecimentos.
"Se o pecuarista conseguir formatar o pasto, com um 1/3 da propriedade, ele consegue manter o menos níveis de rentabilidade da pecuária e ainda ganhar com a agricultura. Boa produtividade com menos área", afirmou Galvan.
O presidente da Aprosoja alerta ainda que a integração da pecuária com outra atividade é uma tendência, atualmente. Para ele o pecuarista que não se adequar de alguma maneira, não terá outra alternativa a não ser sair do mercado.